“A força da grana que ergue e destrói coisas belas”.
Um verso imortalizado por Caetano Veloso, mas que se encaixa perfeitamente no cenário de hipocrisia e abuso que permeia o sistema político brasileiro. É uma verdadeira afronta à moralidade e ao bom senso ver reajustes generosos sendo concedidos a categorias que já desfrutam de privilégios escandalosos, enquanto a base trabalhadora segue sobrevivendo com aumentos que mal cobrem a inflação.

Falar de 26 mil reais por mês em salários além das verbas de gabinete. Um reajustes de 6 mil reais para vereadores, é um insulto aos cidadãos que sustentam esse sistema com seus impostos. E isso ocorre em uma Câmara que, em sua maioria, parece existir apenas para dizer “amém” ao Executivo municipal, como no caso da famigerada “taxa do lixo”, um peso extra no bolso do contribuinte já sobrecarregado.

Se há algo a ser corrigido, é a lógica dos reajustes. Que tal atrelar o aumento dos salários de vereadores, deputados, governadores, prefeitos e membros do Judiciário ao mesmo índice aplicado ao salário mínimo? Isso seria não só justo, mas também um teste de compromisso com o verdadeiro serviço público. Um desafio que, sabemos, muitos jamais aceitarão, já que entrar na vida pública parece, para muitos, mais uma oportunidade de enriquecimento do que de servir à população.

Ainda assim, é preciso destacar a coragem de alguns vereadores que se posicionaram contra esse escárnio:
Jorge Pinheiro (PSDB)
Gabriel Aguiar (PSOL)
Priscila Costa (PL)
Danilo Lopes (PSD)
Adriana Gerônimo (PSOL)
Julierme Sena (PL)
Professora Adriana Almeida (PT)
Júlio Brizzi (PT)
Inspetor Alberto (PL)
Estes merecem reconhecimento pelo bom senso e pela resistência à sedução de privilégios.

Que esse episódio sirva de reflexão para todos nós. A mudança que queremos começa com a coragem de expor as imoralidades e lutar por um sistema mais justo. Afinal, como sempre digo: “A vida nos exige coragem.”
Por Hamillton Vale

Siga ➡️ @redencao__news

Sobre Redação Redenção News

Escritor e criador de conteúdo.